quinta-feira, 25 de junho de 2009

Preconceito com seu próprio povo e sua cultura

Historicamente, a formação do povo brasileiro sofreu contribuição de várias partes do mundo. Em um período de decadencia econômica de alguns povos, período de guerra e pós-guerra de outros. Mas antes de tudo isso, o Brasil já recebia Negros escravos vindos da região subsaariana, correspondente a região localizada abaixo do deserto do Saara.

Devida a essa miscigenação populacional, a cultura brasileira tornou-se verdadeiramente um abrigo para as demais manifestações. Possivelmente por ser uma das primeiras etnias a chegar ao Brasil, “a verdade é que você/(Todo brasileiro tem!)/Tem sangue crioulo/Tem cabelo duro/Sarara crioulo”, a frase citada é da música “Olhos Coloridos”, composta por Macau e interpretada por Sandra de Sá, que no ano de 2007 participou de uma pesquisa genética encomendada pela BBC Brasil e que comprovou que a cantora possui 96,7% dos genes herdados de negros da região subsaariana. Tal mistura proporciona que o fenótipo (características visíveis) do brasileiro não corresponda diretamente às características genéticas. Na mesma pesquisa da BBC Brasil, descobriu-se que o cantor Neguinho da Beija-Flor possui 67% de genes herdados de europeus.

Independente do fator genético, a influencia de manifestações culturais africanas está presente diretamente no Brasil. “Ela está por toda a parte, na música, na dança, na religião, em cada pessoa”, afirma a adepta da religião da Umbanda, Amanda Sabino, que se lembra do Candomblé e da Umbanda como influências religiosas, da Capoeira como influencia esportiva e do Maculelê como dança.

Porém, junto com a forte presença, vem um fator agravante na sociedade que impede ainda mais a propagação de maneira cultural, que é o preconceito. Por vezes, as pessoas discorrem sobre o assunto de forma a denegrir a imagem dessas ações. “Há sim o campo em que existe um preconceito muito grande, que é o lado religioso”, indaga Amanda, que define o preconceito como uma opinião sem conhecimento.

Diferenças

Para ela, o preconceito existe pelo fato das pessoas não conhecerem, e formarem uma ideia errada sobre as religiões de origem ou influencia afro. “Muitas pessoas nem ao menos sabem diferenciar Umbanda de Candomblé, acabam julgando que é tudo ‘macumba’ e não presta, ou pior: É coisa do ‘demo!’”

Amanda explica que a Umbanda é uma religião nascida no Brasil, e como o povo brasileiro ela é uma religião misturada, tem influencias afro, mas também há elementos do catolicismo e do espiritismo (codificado por Allan Kardec). “Muita gente não sabe que a base da Umbanda está em Amor, bondade e caridade”.

Porém, o preconceito não acaba com a esperança de que essa situação mude. “Espero que aos poucos a parte de fé na cultura afro tome maior espaço. Mas, sabe, de repente as pessoas podem começar com uma rodinha de capoeira, já é um começo!” (risos)

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